Razão, Emoção e um acampamento no meio disso tudo!

13/jan – Preenchendo os formulários da ADJ, no ultimo dia de entrega para não perder a vaga:

– “Mãe, até agora vc tá falando sobre esse assunto de acampamento, mas não me perguntou nenhuma vez se eu quero ir?
Respiro fuuuuundo, porque já sabia que ele não queria…. “não perguntei porque não tem opção… você vai!”

Sai do meu quarto chorando, entra no dele e fecha a porta…

E foi assim que decidi escolher a razão e não a emoção, numa das primeiras vezes na vida…. Quando passou o nervoso dele, expliquei que não adiantava mais explicar para os outros como cuidar dele, ele tinha que aprender a se cuidar, a ter confiança em ficar sozinho em qualquer lugar e saber se virar. Até um dia antes de irmos, ficou meio bicudo, mas me ajudou a guardar as coisas na mala, e adorou dormir na casa da Vivi um dia antes!!!

Foi a primeira vez que ficamos 6 dias sem nos falar. Mesmo viajando com o pai por mais tempo, sempre tinha skype e telefone. Foi um teste para nós dois! Mandei uma mensagem e ele não respondeu…. achei que queria sossego, mas na verdade ele me disse ontem que respondeu, lembrou de toda a mensagem, mas escreveu meu email errado… e achou estranho eu nao responder de volta!!!

Acompanhei as fotos pelo site do acampamento, e fiquei MUITO feliz de vê-lo super animado, participando de tudo, com amigos, dançando nas festas, solto!! Eu tinha certeza que quando ele chegasse, eu ia perguntar, e ai como foi, e só ouviria um básico “foi legal”, resposta padrão dele para quase tudo que pergunto. Não, passou o caminho todo de volta pra casa,  contando detalhes das brincadeiras, das pessoas, da comida! Perguntei se ele achava que tinha mudado em alguma coisa… ficou parado, pensativo, e respondeu sim, to diferente, mas não sei dizer o que… nao precisa!!

 E aí vem uma surpresa maior… chegamos em casa, mala desfeita, mochila da escola organizada, banho tomado esperando para jantar, e eu achando que ele ia ligar tv, video game, algo parecido… Quando eu olho, ele pegou todos os bichos de pelucia e bonecos grandes que tem, e colocou na cama… pegou na gaveta 3 canetas antigas de aplicação de insulina, 3 glicosimetros e apoiou tudo na cama. Cheguei perto e perguntei se ele precisava de ajuda… mesmo sem saber bem o que tava rolando…

– Sim, preciso dividir os quartos, e medir a glicemia de todo mundo…
– Ok, te ajudo.
– Acho que vou medir a minha, pra ter um numero de verdade pelo menos..
– Daqui a pouco você já vai medir no jantar, pode medir a minha…
– Tá, mas se doer, é porque você não está muito acostumada…. se não doer é porque você tem sorte (momento aperto no coração, pensando se em todas as vezes ele sente dor!!!!!)

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E depois que acabamos de medir todos, aplicar insulina em quem precisava, eu perguntei se ele era o monitor ou o médico…. “Não sei ainda… ano que vem eu volto!”

A gente precisa deixar de lado o lado manteiga derretida, as inseguranças e medos que NÓS temos, e pensar no que é melhor para o futuro deles… diabéticos ou não…

Força, sempre!!
bjos

P.S: obrigada mil vezes pela cia durante a semana, Ni, Sil, Sarah e Bia, mesmo muda!! rs

  • Ah Joana! Estou mesmo precisando chegar a esse nível de evolução. Aqui, o coração tem falado mais alto sempre, em relação ao acampamento. Ela não quer. Eu achando ótimo claro, nem insistindo e alimentando um medo que talvez seja muito mais meu do que dela.
    Sou mãe da Júlia, 11 anos.

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